Para poder entender como a comunicação informal permeia o ambiente corporativo, é preciso ter a clara distinção desta com a formal. Segundo TORQUATO (1986, p. 63) apud OLIVEIRA (2001, p. 64) "a rede formal comporta todas as manifestações oficialmente enquadradas na estrutura da organização e legitimadas pelo poder burocrático. A rede informal abriga as manifestações espontâneas da coletividade, incluindo-se aí a famosa rede de boatos, estruturada a partir da cadeia sociológica dos grupinhos".
Mas além dos boatos, a comunicação informal se dá por meio de muitas ferramentas, oferecidas até pela própria empresa. É o caso dos “MSNs corporativos”, ou seja, um Messenger instalado nos computadores que lhes dá acesso a conversar com qualquer outro funcionário ali presente. Dessa forma as organizações se aliam a informalidade, mas impedem que o colaborador perca seu rendimento conversando com amigos fora do ambiente empresarial. Claro que essa estratégia não impede que o funcionário se distraia com o MSN original, uma vez que os próprios e-mails pessoais disponibilizam o recurso atualmente.
O que se deve fazer então para frear a distração do funcionário? Certamente não é bloqueando o acesso desses portais e criando um clima ditatorial dentro da empresa. Melhor seria investir em educá-los. Faça palestra, eventos, uma semana voltada para orientar que o uso é liberado, desde que seja moderado e não afete a produtividade de ninguém.

Algumas empresas se aproveitam dessas novas formas de comunicação para engajar seus funcionários, criando, por exemplo, blogs internos a fim de informar a todos de maneira mais ágil e em um ambiente em que certamente a maioria está presente. Nesses blogs, muitas vezes instaurados na plataforma de uma intranet, os usuários podem comentar e discutir os assuntos propostos pela própria empresa. Essa é uma forma de direcionar informalmente uma discussão saudável, com informações verídicas que iriam ser passadas de qualquer jeito.
Orientar a comunicação informal sutilmente é procurar diminuir os efeitos maléficos que uma rádio corredor por trazer ao ambiente. Se a empresa deseja passar uma informação, mas a faz de maneira incorreta para atingir seu público, logo ela será repassada pelo boca a boca com as interpretações de cada indivíduo e muito provavelmente será distorcida. Essa situação pode causar desconfiança, medo, agitação e desinteresse dos funcionários pela comunicação organizacional. É por isso que o Departamento de Comunicação deve identificar os líderes informais e orientá-los como repassar a informação e fazer da rádio corredor uma aliada.
Não se deve ver, portanto, a comunicação informal como algo que foge do controle e representa uma ameaça para as organizações. Com planejamento e profissionais preparados, essa é uma grande oportunidade para estar ainda mais próximo de seu público interno. #FicaDica
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