quarta-feira, 28 de março de 2012

Meios Informais de Comunicação

Por Bianca Ferrari

Para poder entender como a comunicação informal permeia o ambiente corporativo, é preciso ter a clara distinção desta com a formal. Segundo TORQUATO (1986, p. 63) apud OLIVEIRA (2001, p. 64) "a rede formal comporta todas as manifestações oficialmente enquadradas na estrutura da organização e legitimadas pelo poder burocrático. A rede informal abriga as manifestações espontâneas da coletividade, incluindo-se aí a famosa rede de boatos, estruturada a partir da cadeia sociológica dos grupinhos".

Mas além dos boatos, a comunicação informal se dá por meio de muitas ferramentas, oferecidas até pela própria empresa. É o caso dos “MSNs corporativos”, ou seja, um Messenger instalado nos computadores que lhes dá acesso a conversar com qualquer outro funcionário ali presente. Dessa forma as organizações se aliam a informalidade, mas impedem que o colaborador perca seu rendimento conversando com amigos fora do ambiente empresarial. Claro que essa estratégia não impede que o funcionário se distraia com o MSN original, uma vez que os próprios e-mails pessoais disponibilizam o recurso atualmente. 

O que se deve fazer então para frear a distração do funcionário? Certamente não é bloqueando o acesso desses portais e criando um clima ditatorial dentro da empresa. Melhor seria investir em educá-los. Faça palestra, eventos, uma semana voltada para orientar que o uso é liberado, desde que seja moderado e não afete a produtividade de ninguém.

Até porque, a maioria das empresas hoje em dia está estruturando suas áreas digitais e percebendo a importância de se fazer presente nas redes sociais. Não faz o menor sentido então, que tais organizações impeçam o uso do Twitter, do Facebook e de blogs, para citar os exemplos mais acessados. Ao contrário, é importante que a alta gestão esteja atenta ao que seus funcionários dizem nessas redes sociais. Essa pode ser uma estratégia muito importante para perceber o clima organizacional. Porém, também é necessário que se elabore uma política de uso das redes sociais para que equívocos não ocorram. É por isso que muitas agências e organizações passam um documento com os termos de uso da marca, tanto sua quanto do cliente, para os funcionários assinarem. Todos devem estar cientes que em caso de crises, por exemplo, não se deve colocar mais “lenha na fogueira” e esquentar o debate sobre o assunto na internet, não colaborando assim com o trabalho árduo de seus colegas em controlar a situação.

Algumas empresas se aproveitam dessas novas formas de comunicação para engajar seus funcionários, criando, por exemplo, blogs internos a fim de informar a todos de maneira mais ágil e em um ambiente em que certamente a maioria está presente. Nesses blogs, muitas vezes instaurados na plataforma de uma intranet, os usuários podem comentar e discutir os assuntos propostos pela própria empresa.  Essa é uma forma de direcionar informalmente uma discussão saudável, com informações verídicas que iriam ser passadas de qualquer jeito.

Orientar a comunicação informal sutilmente é procurar diminuir os efeitos maléficos que uma rádio corredor por trazer ao ambiente. Se a empresa deseja passar uma informação, mas a faz de maneira incorreta para atingir seu público, logo ela será repassada pelo boca a boca com as interpretações de cada indivíduo e muito provavelmente será distorcida. Essa situação pode causar desconfiança, medo, agitação e desinteresse dos funcionários pela comunicação organizacional.  É por isso que o Departamento de Comunicação deve identificar os líderes informais e orientá-los como repassar a informação e fazer da rádio corredor uma aliada.

Não se deve ver, portanto, a comunicação informal como algo que foge do controle e representa uma ameaça para as organizações. Com planejamento e profissionais preparados, essa é uma grande oportunidade para estar ainda mais próximo de seu público interno. #FicaDica

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