quarta-feira, 25 de abril de 2012

Bate papo Informal

Por Bianca Ferrari

No bate papo desta semana o Coordenador e Professor do curso de Relações Públicas da Faculdade Cásper Líbero, Luiz Alberto de Farias, nos ajuda a compreender melhor um tipo de comunicação informal: a fofoca no ambiente corporativo.

Conversando sobre Comunicação: Qual o cenário organizacional propício para o surgimento da fofoca?
Luiz Alberto: Ao contrário do que se poderia imaginar, a fofoca não é necessariamente resultante de ambientes, mas de cenários e de pré-disposições. Não é somente em espaços de dúvida, de hesitação que ela surge. Também pode haver em contraposição a uma proposta informativa e dialógica, porque é reflexo de intertextualidades a partir do posicionamento psicológico mal intencionado de algumas pessoas. Assim, qualquer ambiente pode ter a ação da fofoca, que tende a ser minimizada e combatida, ou vice-versa, em organizações nas quais a comunicação clara e transparente possa ser um lenitivo à má fé.

Conversando sobre Comunicação: A fofoca é sempre uma comunicação informal negativa?
Luiz Alberto: O conceito de fofoca é, a priori, negativo, porque se serve da especulação e disseminação de informações com má intenção, seja de desconstrução de cenário, seja para provocar a dúvida. Então, esse elemento, a fofoca, é sempre ruim, diferentemente do boato, que pode ter uma relação de causa e efeito que o explique, mesmo que não o justifique.

Conversando sobre Comunicação: Quais métodos podem ser utilizados para colocar fim a esse tipo de comunicação?
Luiz Alberto: Fofoca se extermina na origem: confrontação do emissor mal intencionado com o próprio objeto disseminado. Deve-se trazer o assunto à tona e esclarecê-lo, estressá-lo, até que perca o potencial de geração de curiosidade e de multiplicação.

Conversando sobre Comunicação: Quando um funcionário é vítima de uma fofoca, como a organização pode ajudá-lo?
Luiz Alberto: Toda organização deve ter claro para si, de forma escrita ou não, um princípio ético, um código de conduta, e isso deve pautar a ação em defesa a uma pessoa que seja vitimada, assim como deve tomar atitudes contra o elemento que tenha gerado o problema. Em alguns casos a ação deve ser até mesmo judicial, de modo a responsabilizar as pessoas que se utilizam da informação como arma destrutiva.

Conversando sobre Comunicação: Você já vivenciou alguma crise organizacional motivada por uma fofoca? Poderia citar, em linhas gerais, um exemplo?
Luiz Alberto: A fofoca pode ser confundida com boatos. Eu, é claro, já estive em muitos ambientes nos quais isso ocorreu. A premissa é que o combate a isso melhor se dá quando o assunto é debatido – mesmo sendo, eventualmente, gerador de desconforto – e esgotado, de molde a não restar possíveis desdobramentos. Hoje, com as mídias sociais à disposição de um sem-número de pessoas o risco e o prejuízo podem ser maiores, mas nem sempre deve-se utilizar o mesmo canal para responder, porque por vezes isso alimenta a disseminação das “interpretações livres” e da ampliação do debate vazio.

Esse bate papo nos ajuda a perceber que a fofoca é na maioria das vezes prejudicial à organização e deve ser combatida assim que se tem consciência de sua disseminação. Para acabar com uma fofoca, a empresa deve se dirigir ao seu público interno e esclarecer os fatos, tirando todas as possíveis dúvidas sobre o assunto. Ignorar uma fofoca acreditando que o tema vai esfriar e o assunto não terá repercussão é um grande erro que pode, eventualmente, levar a grandes crises. Dessa forma, os profissionais de relações públicas devem se atentar aos funcionários e ter a sensibilidade de perceber esse tipo de comunicação informal em seu ambiente corporativo, a fim de manter o clima organizacional sempre o melhor e mais saudável possível.

O Conversando sobre comunicação agradece a contribuição dada pelo profissional Luiz Alberto de Farias para o tema abordado neste post.

quarta-feira, 18 de abril de 2012

“Disse-me-disse” no ambiente corporativo

Por Thairine Teixeira
Seguindo a linha das formas de comunicação informal que podem surgir no universo corporativo de maneira incontrolável, temos mais um assunto sensível a ser abordado: o fuxico, mexerico, ou se preferirem, a tradicional “fofoca”. Esta surge quando existe a interação de pessoas, onde quer que elas estejam inseridas, e pode agravar um contexto caracterizado anteriormente por um simples boato. Por este motivo, o ambiente interno das organizações também sofre com a ameaça dessa “virose”, que parece se multiplicar em larga escala entre seus agentes transmissores.

A fofoca geralmente decorre da dificuldade de aceitação da conduta de alguns colaboradores, da não-receptividade a mudanças internas, do relacionamento entre departamentos distintos e até mesmo da inveja que se gera pelo cargo ocupado por um ou por outro funcionário. “Por que isso está acontecendo com ele e não comigo? O que eu posso fazer para evitar esse reconhecimento que não é do meu trabalho, sendo que eu sou mais engajado?”. E são pensamentos como estes que levam o fofoqueiro a se manifestar e espalhar entre os demais alguns problemas que envolvem outros funcionários, os gestores ou a empresa de maneira geral, tornando aquilo que é dito mais relevante do que qualquer outro fator externo.

Infelizmente, esse tipo de comunicação tem se tornado recorrente nas organizações e gera um constrangimento generalizado, um clima organizacional que não é favorável ao desenvolvimento da empresa e, principalmente, a desenvoltura do profissional. Este último, ao invés de otimizar o seu tempo sendo produtivo, dando contribuições com o seu “know-how” , opta por estimular o desrespeito naquele ambiente. Ao final de tudo, essa postura reflete um egoísmo sem tamanho e também a deficiência em se trabalhar em equipe, uma vez que os resultados que poderiam ser alcançados coletivamente são prejudicados por uma iniciativa única. 

O que fazer então para não se tornar um cúmplice dessas histórias? Simplesmente, ao identificar o fofoqueiro em seu convívio, não dê ouvidos a ele! Mantenha a sua etiqueta corporativa, seja profissional, haja sempre com cautela, ética e respeito com relação aos demais colegas de trabalho. Quanto maior a importância e a atenção que forem dispensadas a cada novo “vírus” que aparece, mais difícil pode ser combatê-lo e tornar-se resistente a ele.

quarta-feira, 11 de abril de 2012

Bate papo informal

Por Renata Faila

No post de hoje estreiamos nossa sessão interativa com profissionais de algumas instituições que vivenciam a comunicação informal no ambiente corporativo e precisam reverter os impactos desta diariamente. A entrevistada de hoje é a Rejane Cunha, responsável pela área de Recursos Humanos na função de gerente, sendo experiente na área de gestão de pessoas porque tem passagem por grandes empresas do mercado.

Conversando sobre comunicação: Qual a importância da comunicação informal nas organizações?
Rejane Cunha: Vejo como sinal de vitalidade e de interação entre os funcionários. Porém, quando o profissional utiliza os meios sociais para fins negativos a velocidade do “estrago” é muito maior.

Conversando sobre comunicação: Qual o principal desafio no gerenciamento dessa comunicação?
Rejane: Ter as políticas definidas e divulgadas para utilização da comunicação informal, principalmente das mídias sociais. As regras precisam ser claras. 

Conversando sobre comunicação: Como identificar os líderes informais e como agir com eles?
Rejane: O primeiro passo é ter sensibilidade para diagnosticar/ identificar esses líderes e tentar mostrar o propósito da ação da empresa para os mesmos. É uma ação contínua, onde precisamos mostrar a intenção não só para os líderes, mas também para os outros funcionários, que são as pessoas que acabam elegendo esses líderes.

Conversando sobre comunicação: Já gerenciou alguma crise gerada a partir da comunicação informal?  Comente.
Rejane: Nada grave, apenas o dia-a-dia de líderes e liderados da comunicação informal.

Conversando sobre comunicação: Qual a melhor maneira de usar a comunicação informal a favor da organização?
Rejane: Na minha visão existe uma tendência para a comunicação menos formal e que garanta maior agilidade, ou seja, via meio de comunicação interna, smart phones, mídias sociais, etc. Fundamental é utilizar a liberdade e as ferramentas com bom senso e com propósito produtivo.

Como citado em publicações anteriores, essa entrevista reforça a importância do controle da comunicação informal. Os profissionais de Recursos Humanos, assim como os profissionais de comunicação, ao exercerem um cargo de gestão, devem estar sempre atentos ao ambiente corporativo e às oscilações que nele podem ocorrer devido às trocas impessoais de informações. Ao invés de enfrentarem o desafio de gerenciar a comunicação interna de maneira negativa e agressiva, os profissionais devem a oportunidade que lhes é possibilitada de fortalecer relacionamentos, tornando-a um meio benéfico das empresas comunicarem, uma vez que a informalidade pode aproximar as pessoas e principalmente, neste caso, o público interno.

Agradecimento especial pela colaboração da Rejane Cunha, que nos ensinou um pouco mais sobre a gestão da comunicação informal.

quarta-feira, 4 de abril de 2012

Um toque a mais: dicas de vestuário corporativo

Por Luisa Petry

É muito comum que as pessoas acreditem que a comunicação só acontece quando existem interlocutores que estabelecem um diálogo por meio da fala ou da escrita. No entanto, não podemos desconsiderar a existência da linguagem corporal que pode revelar muito sobre o nosso comportamento e a nossa personalidade. São as chamadas “mensagens não verbais” que o corpo envia de maneira inconsciente às pessoas ao nosso redor, que abrangem desde a nossa postura até o jeito de nos vestir.

A roupa, desde o início dos tempos, é considerada um instrumento de organização e identidade. Revela tradições, elementos que distinguem classes ou funções sociais, sendo, portanto, um meio de nos fornecer indícios sobre o próprio indivíduo ou do grupo ao qual ele pertence.

Em um ambiente profissional, especialmente, deve-se tomar muito cuidado com as vestimentas. É de bom senso evitar roupas muito justas, coloridas, com decotes ou curtas demais, uma vez que a forma com que os colaboradores se vestem torna-se um atributo de identificação do ambiente corporativo.

É por este motivo que, muitas empresas adotam o uso de uniformes, a fim de evitar possíveis posturas inadequadas de seus funcionários. Esta iniciativa transpassa profissionalismo, organização, segurança e confiança ao cliente, além de demonstrar que há uma equipe à disposição para atendê-lo.

A adoção dessa prática auxilia também a reforçar a identidade visual da organização e a fortalecer a marca, uma vez que as cores e conceitos da organização podem ser evidenciados neste tipo de vestimenta.

Os colaboradores são o cartão de visita da organização, por isso, devem ser responsáveis por um bom atendimento ao cliente e também devem zelar para que uma boa “primeira impressão” seja registrada pelo público externo àquela empresa.

Com isso, é dever da equipe responsável pela comunicação interna da organização instruir os colaboradores, seja qual for o nível hierárquico, da maneira mais correta de se vestir, usando ferramentas de comunicação como e-mails, murais, palestras ou até mesmo treinamentos. Investir na postura do colaborador é, acima de tudo, investir na própria marca! Dado esse cuidado e essa atenção, a empresa transparecerá credibilidade e segurança, estará mais preparada para atender seus clientes e caminhará sempre para uma imagem cada vez mais sólida.