quarta-feira, 5 de setembro de 2012

Redes sociais como ferramenta de comunicação informal

Por Thairine Teixeira

Como continuidade ao tema “Mídias Sociais e Comunicação Informal”, temos no post de hoje a participação do profissional de comunicação e professor Pedro Nogueira, gerente de marketing digital de uma grande seguradora. Ele nos ajudará a conhecer melhor o universo das organizações diante das mídias sociais, vantagens e desvantagens desse processo e claro, qual a melhor maneira de usar as mídias sociais a favor da comunicação interna de uma empresa. 

1) Na sua opinião, qual o grau de aceitação das redes sociais pelas organizações? Por que alguns profissionais de comunicação encontram dificuldades em demonstrar a importância dessas ferramentas para seus respectivos líderes?
Pedro: As redes sociais ainda não emplacaram nas empresas, temos, nós gestores de comunicação, que convencer o board, constantemente, de que as vias sociais podem ser muito ricas ao negócio. O principal desafio é tangibilizar valor, demonstrar o retorno do investimento e permitir que as estratégias sociais sejam convertidas em negócios.

2) Uma organização pode usar a seu favor as mídias sociais, de maneira a fortalecer ou estabelecer seus fluxos de comunicação internos?
Pedro: Isso seria demais, mas creio que seja um tanto utópico para o mercado brasileiro neste momento e surreal para alguns setores da nossa economia . Há casos de agências de comunicação que proíbem o uso do Facebook na empresa, imagine quando falamos de indústrias mais conservadoras. As ferramentas sociais podem e devem ser utilizadas como estratégia para facilitar a comunicação e seus fluxos, porém requer uma maturidade que ainda estamos longe de conseguir, uma maturidade na gestão do negócio, na gestão estratégicas  de pessoas.

3) Qual a melhor maneira de uma organização lidar com a interação entre seus públicos de interesse nas redes sociais?
Pedro: Sem obstáculos, sem barreiras. O melhor diálogo é olho no olho, porque seria diferente nas redes sociais? As redes sociais existem há tempos, muito antes do Orkut (=D). A sociedade já se reúne em redes desde os primórdios, Spector&Libert, no livro "Nós somos mais inteligentes do que eu", aborda o modo eficiente de utilizar o poder dessas redes nos negócios: “O milagre é que, liberando os acessos, os proprietários podem, na verdade, reduzir seus custos, enquanto seus produtos são melhorados, certificado pelos seus criadores voluntários”. Muitos exemplos ratificam a visão acima, do Wikipédia ao Firefox, e evidenciam um caminho sem volta: "A colaboração, por meio da co-criação cria o sentimento de pertencimento e assim um maior engajamento, e portanto, a criação espontânea de embaixadores". Resta alguma dúvida de que esse é um caminho sem volta?

4) Como fazer para evitar ruídos de comunicação (e até mesmo a existência de uma rádio peão online) entre o público interno de uma empresa? 
Pedro: Acredito que a radio peão não sofra impacto das redes sociais digitais, tal rádio é essencialmente off line, é no cafezinho, no corredor ou no almoço. Os ruídos sempre existirão e para que eles diminuam deve-se formalizar os conteúdos por meio de veículos próprios para veiculação da comunicação oficial da empresa, be-á-bá do RP, #rpfeelings.

5) Quais as vantagens e desvantagens das ferramentas de mídia social para as organizações atuais?
Pedro: A maior vantagem é a aproximação com seus públicos ou a possibilidade de conversar de forma quase que imediata. Já a desvantagem é que o teto de vidro da empresa fica mais exposto e vulnerável, qualquer pedrinha poder quebrar anos de construção de imagem e resultar em uma reputação negativa, #ficadica.

O Conversando sobre Comunicação agradece a gentil contribuição do Relações Públicas @pedroOprof no post de hoje.